Bullying: a agressão dissimulada

27/8/2010


Quem, atualmente, não conhece ou conheceu alguém que foi duramente discriminado, seja por um apelido, por um comportamento, ou por um mero acontecimento isolado?

Então, se tanta gente é vítima disso, será que não estaríamos também sendo algozes sem perceber? Não seria o caso de adotarmos o simples exercício de “nos colocarmos no lugar do outro”?

Para quem ainda não sabe o que é isso, bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva contra alguém. O termo em inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar”.

Se, cada vez mais adultos reclamam de bullying, imagino como está a vida das crianças.

Infelizmente, cresce o número de crianças que estão sofrendo de bullying em nossa sociedade. Quando o agressor é também uma criança – talvez um pouco maior - tende a ser daquelas com dificuldades de lidar com a imposição de limites e que, não raro, têm como modelo a agressão dentro de seu próprio lar, através dos pais.

A vítima costuma ser uma criança mais introspectiva, retraída, na grande maioria das vezes com baixa auto estima e, consequentemente, com dificuldades de reagir ou até de reclamar com alguém.

Raríssimas são as escolas que não têm crianças ou adolescentes sofrendo bullying.Porém, a grande maioria se cega frente a esses fatos e os justifica como “brincadeiras de crianças”.

Dados recentes mostram a disseminação do bullying por todas as classes sociais e apontam uma tendência para o aumento rápido desse comportamento com o avanço da idade dos alunos. Diversos trabalhos internacionais têm demonstrado que a prática pode ocorrer a partir dos 3 anos de idade, quando a intencionalidade desses atos já pode ser observada.

É importante e fundamental uma relação estreita entre pais e escolas, para esse tipo de prática ser evitada. Os pais têm a obrigação de educar seus filhos, falar a respeito desse tema e punir a criança que pratica bullying. As escolas têm a função de monitorar este tipo de comportamento, sinalizando imediatamente aos pais, além de abordar o assunto com os seus alunos.

É importante saber que uma criança agredida pode ter danos emocionais irreparáveis, levando-a, infelizmente, a situações como evasão escolar, depressão ou até suicídio.

Vale ressaltar que, o jovem que pratica bullying hoje, se não for bem educado e eventualmente punido por seus pais, terá grande probabilidade de se envolver em violência doméstica, alcoolismo, drogas, assédio moral no trabalho, etc, justamente por não ter desenvolvido a valorização das boas condutas morais, ou seja, cresce com a falsa percepção de “tudo posso”.


Isso, além de espalhar revolta entre os outros, ainda pode voltar-se contra ele; já que, daqui para a frente, o bullying será cada vez menos aceito pela sociedade.

Por: Alessando Vianna
http://www.plenamulher.com.br/colunas.asp?ID_COLUNA=303&ID_COLUNISTA=45