Maior manicômio de PE registra 5 mortes por mês

Cidade dos loucos: assim é conhecido o Hospital Psiquiátrico José Alberto Maia, o maior manicômio de Pernambuco. São 600 pacientes de 32 municípios. O atendimento é precário. Os doentes não têm nenhuma atividade terapêutica. Faltam camas, lençóis, roupas e calçados. A desnutrição é comum no local - resultado de prateleiras quase vazias e alimentos estragados. Na câmara frigorífica, sobra ferrugem.

Os pacientes só não passam mais necessidades, porque os promotores públicos determinaram que a prefeitura e a Secretaria de Saúde do Estado garantissem uma alimentação por dia.

Em um pavilhão, apenas dois auxiliares de enfermagem cuidam de 102 idosos. Debilitados, eles não saem mais da cama. "Nós temos hoje, na casa, seis enfermeiros. Seriam necessários 24, para cumprir a carga horária e para dar uma boa assistência", afirma a chefe de enfermagem Maria dos Prazeres da Silva.

O hospital particular é conveniado ao Sistema Único de Saúde. Segundo os promotores do Ministério Público de Pernambuco, as condições do hospital ferem os direitos humanos.

“O atendimento é de péssima qualidade. Não precisa ter nenhum atendimento técnico para constatar isso”, afirma a promotora de Justiça Ivana Botelho.

O Conselho Regional de Psicologia também alerta para a alta taxa de mortalidade no local: são cinco mortes por mês.

“Ele não é um espaço de cuidado e tratamento. É de confinamento. É um lugar de morte. É uma sentença de morte aquele hospital”, declara Nelma Melo, da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Psicologia.

A Secretaria da Saúde de Pernambuco diz que está preparando um plano de intervenção do hospital, em parceria com o Ministério da Saúde e a prefeitura de Camaragibe.

Escrito por G1